A
primeira
Associação de Diabéticos do Brasil ,
de
voluntários, sem finalidade
lucrativa.
Missão: Defender os
diabéticos do Rio de Janeiro, requerer seus direitos e
colaborar com a saúde pública brasileira.
Filiada a FENAD -
Federação Nacional
das Associações dos
Diabéticos
-
Fundadores da ACD -
Prof. Dr. Francisco Arduíno e o Prof. Dr.
Procópio do Valle
HISTÓRIA DA ACD 1957 – 2020
Em 1957, a ACD nasce das
mãos de médicos pioneiros comprometidos com a
saúde das pessoas com diabetes. Entre
eles destacam-se os médicos Francisco Arduíno e o
José Procópio do Vale, ambos professores que tinham
especial interesse nas doenças hormonais.
Foi no início do século 20 que iniciou
o desenvolvimento das análises laboratoriais na medicina e
a descoberta dos hormônios e suas influências na
saúde humana. Destaca-se, que a insulina foi
descoberta em 1921 pelos médicos canadenses Best e Batting e
outros, desta forma, revolucionando o tratamento do diabetes.
A insulina assumiu o protagonismo no entendimento do
diabetes assim como outros hormônios para outras doenças,
desta forma surgindo a especialidade da endocrinologia, criada
oficialmente no Brasil em 01/09/1950 com a fundação da
Sociedade de Endocrinologia e Metabologia do Rio de Janeiro, onde
também estavam o Prof. Dr. José Procópio do Vale e
o Prof. Dr. Francisco Arduíno, entre outros.
Foi o Prof. Dr. Francisco Arduíno, nascido em
Jaú, estado de São Paulo e radicado no Rio de Janeiro, o
primeiro médico brasileiro que percebeu que o diabetes era uma
doença peculiar e que exigia uma atenção especial
até então não existente e por isso é
conhecido como o primeiro diabetologista do Brasil.
Os amigos o descreveram como pessoa cordata e
simples com profundo conhecimento da clínica médica,
sendo autor de muitos livros para tanto para médicos quanto para
pacientes, pois percebeu, desde o início, que para o paciente
pudesse tratar bem o seu diabetes seria necessário que ele fosse
muito bem instruído pelos médicos.
Foi no dia 04 de setembro de 1957, com o
foco na
educação em diabetes, o Dr. Francisco Arduino e Dr.
Procópio do Valle, com apoio do Dr. Domingos
D’Ângelo, na época vereador, entre outros,
fundaram a ACD - Associação Carioca dos
Diabéticos, especialmente voltada a treinar as pessoas com
diabetes a cuidar de sua própria doença. Um ano depois
foi emitido o Diploma de Utilidade Pública do Estado do Rio de
Janeiro.
O uso da insulina exigia uma série de
procedimentos diários de alta complexidade, como por exemplo, manusear as seringas
subcutâneas, dosar a concentração de glicose na urina num tubo de ensaio com o
reagente de Benedict e para então ajustar a dose
diária da insulina e correlaciona-las as escolhas alimentares.
Em 1957, Arduíno, como o primeiro presidente
da ACD, instalou sua sede na Av. 13 de Maio, no centro do Rio, num
escritório cedido gentilmente por um de seus associados, o
economista Manoel Ingeber, que provavelmente tinha diabetes.
Em 1958, na gestão do Prof. Dr. José
Procópio do Valle, graças a sua amizade com o Prof. Dr.
Arthur Campos da Paz Filho, presidente da Fundação
Pioneiras Sociais, transferiu a sede da ACD para uma das salas no
Palácio do Catete.
Em 1960, com a transformação do
Palácio do Catete em Museu, a ACD, novamente sob a
Presidência do Prof. Francisco Arduíno, retornou à
Avenida 13 de Maio, porém em outra sala, agora gentilmente
cedida pelo Sr. Antonio Casari.
Em 1967 Arduíno voltou do estágio na Joslin Clinic
de Boston, referência mundial no tratamento do diabetes e
inspirado no que viu, com outros colegas, fundou o Centro de Diabetes
do Hospital Moncorvo Filho conhecido atualmente como IEDE, a principal
escola de formação de endocrinologistas do Brasil.
Em 1969, na gestão da Sra. Iris Carvalho, no
mês de março, foi realizada, em parceria com a
Associação Feminina Israelita Brasileira e o
Serviço de Endocrinologia do Hospital da Lagoa a primeira
colônia de férias para pessoas com diabetes do Brasil,
destinada principalmente para crianças e adolescentes com a
finalidade de ensinar a rotina diária do diabetes. Ainda na sua
gestão, a Sra. Iris de Carvalho precisou transferir a sede da
ACD para a Rua da Passagem, Botafogo, onde permaneceu até 1970.
No dia 13 de maio de 1971, em nova
gestão do Prof. Dr. José Procópio do Valle, a
ACD faz a primeira reforma estatutária tendo o próprio como presidente, sendo vice-presidentes o
engenheiro Rozólio de Azevedo, como tesoureiro o economista
Manoel Ingber e como diretores-secretários o engenheiro
Paulo de Souza, o médico Carlos Ferraz, o médico Fred
Sharp Gibson e o estudante Celso Sztajnbock.
Em 1983, na gestão da Prof. Dra. Ingeborg
Christa Laun, que também era chefe do Serviço de
Endocrinologia do Hospital dos Servidores do Estado e professora da
Faculdade de Medicina de Vassouras, a ACD foi transferida para a Rua
Almirante Tamandaré, no Catete, onde manteve suas atividades
focadas nas reuniões de educação em saúde.
Em 1989, sob a presidência do Dr. Isaac
Benchimol, ocorre a transferência da ACD para a Sociedade de
Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, na Rua Mem de Sá 197,
centro do Rio, onde se desenvolveram, por muitos anos, no seu grande e
majestoso auditório as palestras educativas para pessoas com
diabetes e também a distribuição gratuita de
manuais e descontos na compra de seringas e insulinas, que na
época não eram gratuitas pelo governo.
Em 1992 assume a presidência a Sra. Cacilda de
Souza Frischeisen cuja gestão foi até 2005.
Em 1995 a ACD atuou primeira vez com o Lions Clube
na prevenção diabetes através da Feira de
Saúde da Avenida Atlântica no Posto 2 e depois no Posto 4
organizado pela COLEPE (Lions Clube de Copacabana, Lions Clube do
Leme e Lions Clube do Bairro Peixoto), evento liderado por SERGIO
CANEDO, contando também com parceria da ADILA -
Associação de Diabéticos do Hospital da Lagoa
e SATI - Sociedade dos Amigos da Terceira Idade.
Em 2005, por
mudança da administração da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de
Janeiro, a ACD ficou sem onde estabelecer sua sede e entrou num
estágio pré-falimentar.
Em pedido de socorro, a Sra. Cacilda recorreu ao Dr.
Jackson Caiafa, cirurgião vascular voltado para o tratamento do
pé diabético que corajosamente assume a presidência
da ACD e acolhe generosamente a ACD nas dependências de sua
própria clínica, a Espécial – Clínica
dos Pés, localizada na Avenida Nossa Senhora de
Copacabana.
Jackson Caiafa fez ressurgir a ACD com um novo foco
em que, além da educação em diabetes e aumento das
campanhas de detecção em logradouros públicos,
alcançando mais de 5000 atendimentos em 2005 e chegando a mais
de 60.000 atendimentos em 2019, formando grupos de
orientação e educação em diabetes,
realizando confraternizações com o intuito de aproximar
pacientes diabéticos e fazer com que exista uma troca de
experiências. Inicia também uma campanha de visibilidade
da ACD com mensagens de alerta para a prevenção desta
doença.
Em 14/11/2007, no Dia Mundial do Diabetes, em
consonância as recomendações da IDF –
Federação Internacional do Diabetes, a ACD ilumina de
azul, pela primeira vez, o Cristo Redentor, conseguindo desta forma
grande impacto aos alertas informativos para a prevenção
do diabetes a todas pessoas do Brasil.
Na condição de cirurgião
vascular, portanto, ciente do drama vivido por milhares de pessoas com
diabetes que sofrem amputações dos membros inferiores, o
Dr. Jackson Caiafa inicia uma verdadeira cruzada na
prevenção do pé diabético, com ênfase
em promover os ensinamentos dos auto cuidados dos pés e treinar
os técnicos de enfermagem, enfermeiros e podólogos nos
cuidados dos pés das pessoas com diabetes através de
eventos anuais conhecidos como Encontros e Congressos
Multidisciplinares de Saúde dos Pés,
Educação em Diabetes e promoção aos
exercícios físicos através de corridas e pedaladas
pelo diabetes.
No cinquentenário da ACD, em 2007, para
ampliar as medidas de impacto na cidade do Rio de Janeiro, o Dr.
Jackson Caiafa procura parcerias institucionais que tivessem os mesmos
objetivos do voluntariado e do diabetes, encontrando apoio na Cruz
Vermelha, no Rotary Clube, em diversas universidades privadas e em
especial, com o Dr. Izidoro Flumignan, assessor do programa
internacional de conscientização acerca do diabetes de
Lions Internacional, fazendo assim surgir a Aliança de
Atenção ao Diabético do Rio de Janeiro.
Implementa, ainda nesse ano, a 1ª Semana de Atenção
ao Diabético do Rio de Janeiro (SAD) incluindo, definitivamente, o
Município e o Estado do Rio de Janeiro nos eventos do Dia Mundial do Diabetes.
Também, na sua gestão, impulsionou a
criação de leis para garantir a promoção do
prevenção do diabetes na cidade e no estado do Rio de
Janeiro, com destaque para a Lei Estadual 5152 de 12/12/2007 de autoria
do Deputado Estadual João Pedro, alterada depois pela lei
nº 5645, de 06 de janeiro de 2010, para incluir no
calendário oficial do Estado do Rio de Janeiro a Semana da
FLIDAN, e a Lei Municipal 4773 de 28/01/2007 de autoria do Vereador
Aloísio Freitas, posteriormente englobada pela Lei
Municipal
5146/2010, que oficializaram a Semana Estadual e Municipal de
Atenção ao Diabético do Município e do
Estado do Rio de Janeiro, conhecido entre nós como SAD-RJ.
Em 2009 com apoio do Lions Clube do Rio de
Janeiro - Mater Clube do Brasil, a ACD entra na internet e nas redes sociais, onde progressivamente
começa a concentrar suas atividades educacionais e de apoio ao
paciente com diabetes via online.
Em 2010 a ACD, devido a atualização do
Código Civil Brasileiro, faz a segunda reforma
estatutária e também passa a representar o
município e o estado do Rio de Janeiro junto à
Federação Nacional de Associações e
Entidades de Diabéticos – FENAD.
Em 2017, em virtude da sua nomeação
para Coordenador Assistencial do Hospital Federal dos Servidores do Estado, no Rio
de Janeiro, o Dr. Caiafa foi obrigado, pela legislação em
vigor, a renunciar à presidência executiva da ACD, sendo
substituído interinamente pela Sra. Silvia Pértile.
Em 2019, ainda na gestão da Sra. Silvia
Pértile, através da liderança da enfermeira
Adriana Pontes, levou
a ACD para além do município do Rio de Janeiro, com a
criação do Núcleo da ACD de Miguel Pereira –
RJ, onde foi realizada a 12ª Semana de Atenção ao
Diabético do Rio de Janeiro – 12º SAD-RJ.
Em 2020, devido ao afastamento social imposto pela
pandemia do COVID19, iniciam-se, com grande aceitação, em
colabaração com os Lions Clubes, os Seminários
Semanais da ACD por videoconferência. Em 2021, com o apoio do
médico Izidoro de Hiroki Flumignan, que além de diretor
da ACD também Assessor de Diabetes do Distrito LC1 de Lions
Clube, conseguiu através do Deputado Estadual Samuel Malafaia a
promulgação da Lei 9.336 de 15 de junho de 2021 conhecida como a Lei da Hemoglobina Glicada
que obriga os laboratórios públicos e privados do estado
do Rio de Janeiro a comunicarem tais exames alterados associados aos
nomes e CPFs a Secretaria Estadual de Saúde. Esta lei inalgura
oficialmente o uso de "big dates" para análises epidemiológicas e ações preventivas de uma doença no Brasil.
A ACD também apoia a
regulamentação da profissão do podologista oriundo
dos estudos da podologia, atividade pioneiramente exercida pelos
calistas e pedicuros, para compor as equipes de saúde
multidisciplinares
nos cuidados dos pés das pessoas com diabetes nas unidades
básicas de saúde e desta
forma, conseguirmos reduzir em 80% as
amputações dos
membros inferiores.
A ACD é a mais antiga e tradicional
associação de pessoas com diabetes do Brasil e, conforme
visto por este histórico, tem sido protagonista das
principais ações nacionais de prevenção do
diabetes, além de inspirar e colaborar com a
criação de outras associações semelhantes,
uma vez que o diabetes se tornou uma pandemia global, sendo o seu
tratamento considerado o mais complexo e caro dentre todas as
doenças atuais.
A missão da ACD é de defender os
diabéticos do Rio de Janeiro, requerer seus direitos e cooperar
com a saúde pública brasileira.
Com mais de 15 mil
pessoas com diabetes cadastradas, não cobra qualquer mensalidade
e todos os serviços são prestados por pessoas
voluntárias.
Ser voluntário é se dedicar sem esperar nada em troca.
Não somos nem estamos sozinhos.
Precisamos compartilhar e se doar uns aos outros.
Muitos acham que isto é ser sonhador, mas o voluntário sabe que é amor.
Reclamar sem nada fazer não leva a lugar algum.
Ser voluntário é construir um mundo bom para todos!
A verdadeira mudança começa em nós mesmos!
Simples assim, com nós mesmos!